terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entendamo-nos bem. Não ponho eu mira na posse do que o mundo alcunha gozos.
O que preciso e quero é atordoar-me.
Quero a embriaguez de incomportáveis dores,
a volúpia do ódio, o arroubamento das sumas aflições. Estou curado das sedes do saber; de ora em diante
às dores todas escancaro est'alma.
As sensações da espécie humana em peso.
quero-as eu dentro de mim; seus bens, seus males
mais atrozes, mais íntimos, se entranhem
aqui onde à vontade a mente minha os abrace, os tateie; assim me torno
eu próprio a humanidade; e se ela ao cabo
perdida for, me perderei com ela.

O Fausto - Goethe

Um livro fantástico assim como "Tudo que é sólido desmancha no ar" de Marshall Berman, ambos
têm ocupado minha mente cansada da mesmice humana e dessa carência de não sei o que, dessa inoperancia induzida.
Me fazendo sentir e apenas sentir.
Hoje a poesia é minha própria vida, essa tragédia romântica, moderna e que em nada cabe.

Um comentário:

  1. Vc chegou ao estado em que tenho passado a maior parte de minha vida, inundado por uma sede que não sei do quê. E assim me movo em todas as direções imagináveis sem muitas vezes chegar a lugar algum.
    Se você achar a resposta não esqueça de dar os toques!
    .
    Transforme sua vida em poesia escrita e com certeza teremos excelentes textos para ler aqui.
    .
    Aqui vai um pedaço de um texto que coloquei recentemente no blog:
    "Eu sou aquele que não se encontrou
    Que queima como uma floresta violentada
    Desejoso de tudo ao mesmo instante
    Sorrio muitas alegrias
    Que sequer germinam aqui.

    Corro como um rio
    Distante do espaço e do tempo
    Sem nunca ficar parado ou sair do lugar
    Sempre se renovando sem perder profundidade
    Sou, no fim, o ser humano
    Tudo do universo nasce e morre em mim."



    Idle.

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