quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011



De que vale uma paixão

com um tempo limite sem perdão?


Valerá o labor de poemas?

As notas de teu violão?

Valerá o agrado?

O prazer desmesurado ?

O índio resistente feito borrão?


Que noites inquietas estas minhas,

quando não rendidas pelo afago, pela pintura e o riso teu

(já entrando em colapso)


O que aconteceu meu bem?

Estás tão calado...

foi a verdade que doeu

ou nosso tempo que encolheu?


Posto que não reste do beijo a boca, nem a ruga,

Só o lenço

E a pois, nada!

Por que insisto em escrever-te e viver amargurada?


Se no mais simples e curto dos abismos pus-me a cair

Quero sentir!

Amparada por um fruto macio de cacto alucinógeno.


Rompeste em mim alguns recatos e noções de dor.


Anda então!

A pé

Com pressa!

Pois é assaz o meu querer

Mirar-te no espelho e ver o mais sincero olhar,

Tão calmo e cheio

De nada


Aspira vontades de errar o destino

A buscar um caminho

De conhecê-lo

Só um pouquinho mais...