terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entendamo-nos bem. Não ponho eu mira na posse do que o mundo alcunha gozos.
O que preciso e quero é atordoar-me.
Quero a embriaguez de incomportáveis dores,
a volúpia do ódio, o arroubamento das sumas aflições. Estou curado das sedes do saber; de ora em diante
às dores todas escancaro est'alma.
As sensações da espécie humana em peso.
quero-as eu dentro de mim; seus bens, seus males
mais atrozes, mais íntimos, se entranhem
aqui onde à vontade a mente minha os abrace, os tateie; assim me torno
eu próprio a humanidade; e se ela ao cabo
perdida for, me perderei com ela.

O Fausto - Goethe

Um livro fantástico assim como "Tudo que é sólido desmancha no ar" de Marshall Berman, ambos
têm ocupado minha mente cansada da mesmice humana e dessa carência de não sei o que, dessa inoperancia induzida.
Me fazendo sentir e apenas sentir.
Hoje a poesia é minha própria vida, essa tragédia romântica, moderna e que em nada cabe.