De que vale uma paixão
com um tempo limite sem perdão?
Valerá o labor de poemas?
As notas de teu violão?
Valerá o agrado?
O prazer desmesurado ?
O índio resistente feito borrão?
Que noites inquietas estas minhas,
quando não rendidas pelo afago, pela pintura e o riso teu
(já entrando em colapso)
O que aconteceu meu bem?
Estás tão calado...
foi a verdade que doeu
ou nosso tempo que encolheu?
Posto que não reste do beijo a boca, nem a ruga,
Só o lenço
E a pois, nada!
Por que insisto em escrever-te e viver amargurada?
Se no mais simples e curto dos abismos pus-me a cair
Quero sentir!
Amparada por um fruto macio de cacto alucinógeno.
Rompeste em mim alguns recatos e noções de dor.
Anda então!
A pé
Com pressa!
Pois é assaz o meu querer
Mirar-te no espelho e ver o mais sincero olhar,
Tão calmo e cheio
De nada
Aspira vontades de errar o destino
A buscar um caminho
De conhecê-lo
Só um pouquinho mais...